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Profissional especializado em Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Sérgio Nunes e sua empresa QualiFis, pretendem desenvolver junto aos seus alunos e clientes a ideia da verdadeira Saúde, que obviamente não é apenas a ausência de doença, mas também o Encantamento com a Vida, dotando-os de um entendimento adequado de se Priorizar, de compreender que vale a pena Investir no seu Potencial de Ser, através do investimento na melhoria da Qualidade de Vida, aprimorando a saúde e usando como meio, a Atividade Física, em suas mais diferentes possibilidades.

“As informações, dicas e sugestões contidas nesse blog têm caráter meramente informativo, e não substituem o aconselhamento individual e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais de educação física.”

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quinta-feira, 7 de junho de 2012

SAÚDE NO CAMPO, NA CIDADE E NA MESA


Promover uma alimentação de qualidade é uma das formas de transformar o mundo. As jornalistas e pesquisadoras em agricultura e alimentação Tatiana Achcar e Cláudia Visoni são grandes entusiastas neste assunto. 
Alimentação de qualidade, aqui, significa uma rede de produção do que vai pra mesa do consumidor feita com responsabilidade e saúde para a terra e para o homem.    

Tatiana já viveu experiências como voluntária em fazendas orgânicas dos EUA por meio do WWoofing, rede internacional que conecta pequenos produtores no mundo todo com pessoas interessadas em trabalhar voluntariamente pra aprender o manejo rural em pequena escala, de forma conectada com a natureza e com os ciclos naturais da terra.
Cláudia mantém um blog no qual dá dicas para quem quer começar a repensar a sua relação com a comida. São textos sobre como fazer uma horta em casa/apartamento, alimentos orgânicos, notícias sobre o tema e dicas gerais sobre alimentação.
Ambas estão entre as fundadoras do grupo Hortelões Urbanos. Hortelão é o nome dado a pessoas que cultivam hortas. A comunidade já conta com quase 900 pessoas conectadas pelo Facebook. Por lá, elas trocam informações, ideias e conhecimentos gerais sobre agricultura urbana e marcam encontros como o “picnic” de trocas de mudas e sementes que aconteceu em abril no Parque da Luz, em São Paulo. “Foi um momento riquíssimo de trocas, gente chegando com mudas,  sementes, comidinhas especiais. Tudo ali tinha uma história que as pessoas contavam com amor e entusiasmo”, conta Tatiana. Qualquer um que faça parte da rede social pode se conectar e começar a entender e explorar mais o assunto.
Cláudia na sua horta, em São Paulo
Para elas, tudo começa com a convicção de que há uma relação estreita entre a saúde do ser humano e a saúde do planeta. “Não há como dissociar uma coisa da outra”, dizem. Hoje, boa parte da alimentação brasileira é baseada em monoculturas, ou seja, extensas plantações mecanizadas que desmatam áreas naturais, empobrecem o solo e demandam adubos químicos, fertilizantes e agrotóxicos. “É o modelo do desmatamento. Estamos fabricando um deserto com a monocultura”. Por isso, nossa alimentação se resume a quatro grandes commodities, que são a base de praticamente todos os outros produtos que consumimos: soja, milho, trigo e arroz.
“É um questionamento do modelo de produção e distribuição dos alimentos. No Brasil, essa discussão quase não existe ainda”. Na mesma medida em que somos uma potência do agronegócio mundial (condição exaltada em propagandas como a deste vídeo abaixo), os caminhos alternativos (alimentos saudáveis e livres de veneno) muitas vezes tornam-se mais difíceis de serem percebidos por grande parte da população. “Às vezes as pessoas até ficam bravas quando se inicia uma conversa sobre isso”, comenta Cláudia.

Por que tanto veneno?

Além de resignificar a relação com o alimento, a agricultura urbana e orgânica é uma forma de fugir do uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil. Segundo Tatiana, a primeira medida de mobilização necessária é impedir que o Brasil compre produtos que são proibidos no resto do mundo. É isso mesmo: por conta de uma política dominada por grandes indústrias químicas, ainda comemos alimentos contaminados com venenos que foram banidos há anos em outros países.

Anvisa mostra que somos responsáveis por usar 19% de todos os defensivos agrícolas produzidos no mundo, na frente dos EUA, que consome 17%. Em 2011, o Brasil registrou 8 mil casos de intoxicação por agrotóxicos.
Segundo dados apresentados pela professora de Geografia da USP Larissa Mies Bombardi em entrevista ao Brasil de Fatoseis grandes empresas controlam mais de 70% do mercado de agrotóxicos no Brasil e tiveram uma renda líquida de R$15 bilhões em 2010.
E mais impressionante ainda é que 84% dos agrotóxicos da América Latina são consumidos no Brasil, que é “muito permissivo” e “tem produtos que são proibidos na União Europeia e nos Estados Unidos há 20 anos”, comenta a pesquisadora. Larissa também explica porque o argumento de que esse sistema é necessário para alimentar toda a população mundial é “mentiroso”. Para ela, não é questão de produção, mas sim de acesso à renda.
O pesquisador Joel Cohen, chefe de Laboratório de Populações da Universidade Rockefeller, nos EUA, segue a mesma linha: “Em 2009-2010, o mundo cultivou 2,3 bilhões de toneladas de cereais. Do total, 46% foi para a boca de pessoas, 34% para animais e 18% para máquinas (biocombustível e plásticos). 90% da soja cultivada no mundo serve para alimentar animais. Nosso sistema econômico não precifica gente que passa fome. A fome é economicamente invisível. Com o que se planta agora, poderíamos alimentar de 9 bilhões a 11 bilhões, mas 1 bilhão passa fome”.
Charge do Angeli: qual modelo de fazenda nós queremos?
Para piorar, no Brasil não existem linhas de financiamento voltadas para a agroecologia. “Parece mentira, mas para conseguir liberação de dinheiro no banco, o produtor precisa mostrar a nota fiscal comprovando que adquiriu agrotóxicos”, diz Cláudia em seu texto “Por que os orgânicos são tão caros?”.
Nossas faculdades de agronomia formam cada vez mais profissionais que vão reproduzir essa forma de tratar a terra e a produção de alimentos. “Nas faculdades de agronomia predomina o ensino da agricultura baseada em insumos químicos, gerando carência de profissionais que sabem cultivar a terra sem apelar para eles. Para complicar de vez a situação, entidades como a FAPESP, o CNPQ e a CAPES não costumam liberar bolsas de estudos para quem se propõe a estudar agricultura orgânica e familiar”.
Muita gente se depara com o dilema do preço. É fato que, na maior parte das cidades brasileiras, ainda é mais caro comer alimentos orgânicos. Este é, no entanto, o típico caso do barato que sai caro para o país. Como enumera Cláudia, nosso sistema agrícola dominante não leva em conta questões como:
1. O custo social representado pelo abandono do campo pelos pequenos produtores e inchaço das periferias urbanas;

2. O custo em saúde pública que tem origem no enorme número de pessoas intoxicadas pelos agrotóxicos, seja de forma aguda ou crônica (câncer, doenças neurológicas e endócrinas entre outras);

3. O custo ambiental devido à contaminação química do ar, da água e do solo, à perda da fertilidade do solo e da biodiversidade.

Campanha -

É importante destacar o papel da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que luta por outro modelo de desenvolvimento nos campos brasileiros. As pessoas que estão nesta linha de frente acreditam em “uma agricultura que valoriza a agroecologia ao invés dos agrotóxicos e transgênicos, que acredita no campesinato e não no agronegócio, que considera a vida mais importante que o lucro das empresas”, diz o site oficial.

No ano passado foi lançado o documentário O Veneno Está na Mesa, do cineasta Silvio Tendler, que está disponível na íntegra na internet para cópia, veiculação e distribuição, e é uma ótima forma de entender melhor a questão. Veja abaixo:
Nascidos e acostumados a este sistema, acabamos perdendo a sensibilidade em relação ao que comemos. O gosto da cenoura ficou menos acentuado. A alface, sem gosto. O sabor do milho é aquele da latinha. Está certo que seja desta forma? Falta um “apreço pelo sabor e pela qualidade do alimento”, enfatizaram Cláudia e Tatiana.
Ao entender que a qualidade do que vai diretamente para dentro do corpo de cada um de nós foi profundamente afetada por uma indústria que objetiva a produtividade acima da saúde da população, o primeiro passo foi dado. Os próximos abrem um caminho longo de busca por mais saúde no prato, no planeta e na sociedade, com espaço para tentativas e aprendizados. “Na agricultura urbana é possível errar, em um mundo em que sempre é preciso acertar”, conclui Tatiana.
Agrotóxico e a saúde -

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo - cerca de 5,2 litros da substância por pessoa ao ano. Isto já traz consequências sérias tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. De acordo com Cássia Rangel, já somam 518 mil novos casos de câncer no Brasil, chegando a uma média de 140 mil mortes ao ano. Hoje o câncer é a segunda causa de morte no país e no mundo. "Diagnosticamos três tipos de contaminação por agrotóxico: a por meio da alimentação, a ambiental e a ocupacional. Por conta dos agrotóxicos, já vimos dois grandes danos a de imunotoxicidade e a desregulação endócrina, ambos acarretam em diversos problemas, inclusive, o câncer", explicou.

Márcia Sarpa de Campos, do Inca, defendeu ainda que alguns setores-chave do Sistema Único de Saúde (SUS) não entraram na força-tarefa contra os agrotóxicos como, por exemplo, a atenção básica. "Já diagnosticamos os grupos que estão em crescimento em relação à contaminação, que são os jovens, mulheres e crianças." O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, revelou que, segundo um estudo da Universidade Federal da Bahia, na última década, o número de mulheres afetadas é maior do que o de homens.

Márcia Sarpa complementou que o período pré e pós- natal, ou seja, gestação e lactação, são os mais críticos para as mulheres e crianças, principalmente. "É neste momento em que se desenvolve o sistema nervoso, imunológico e endócrino", detalhou.

Karen Friedrich, do INCQS/Fiocruz, informou também sobre os efeitos crônicos da intoxicação que podem causar deficiências nos sistemas cognitivo, motor e reprodutor, este último tendo como principal vítima os homens em algumas substâncias ativas encontradas em agrotóxicos.







Formas de atuação no controle

Durante o encontro, várias alternativas foram apontadas para o controle do uso do agrotóxicos. De acordo com Fernando Carneiro, da Abrasco, uma das principais formas de combater o uso desenfreado é a fiscalização. "Hoje não temos dados claros sobre a qualidade na água, não há uma política nacional de agroecologia, nem política nacional agroambiental. São medidas básicas que podem evitar grandes desastres", explica. A Abrasco lançou no Congresso Mundial de Nutrição realizado no mês de abril no Rio de Janeiro o dossiê "Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde " e apresentará a 2ª parte na Cúpula dos Povos durante a Rio+20.

Luiz Cláudio Meireles, da Anvisa, reinterou que a agência, que é responsável pela avaliação e registro destes componentes químicos, precisa ser fortalecida.. "O Estado precisa ter uma intervenção direta sobre o que causa risco à vida, por isso acreditamos que uma ação regulatória é muito importante", defendeu. Segundo Luiz Cláudio é necessário que o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama, e o Ministério da Agricultura com o MAPA também cumpram seu papel de fiscalização, de acordo com a lei 7.802/89.

De acordo com dados representados por Luiz Cláudio, desde 2008, o número de empresas registradas que comercializam os agrotóxicos no Brasil dobrou, sendo que 53% destas têm escritório no país e, deste total, metade não está vinculado no Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), o que pode significar que muitas embalagens de agrotóxicos estão sendo descartadas de forma irresponsável e inadequada no meio ambiente. Ele ressaltou ainda que a Anvisa é pressionada pela bancada ruralista a liberar a comercialização de determinados tipos de agrotóxicos no país já proibidos e banidos em países como a China, países da União Européia, Paraguai, Chile e até Estados Unidos.


Realidade e Alternativas -

"Aqui no nosso povoado (escreve uma dona de casa ao Departamento de Aves do Museu Norte‐ Americano de História Natural) os olmos vêm sendo pulverizados há muitos anos (escreveu ela em 1958). Quando nos mudamos para cá, a terra era rica em aves; instalei um alimentador, que passou a receber um fluxo regular de cardeais, chapins e pica‐paus negros e cinzentos por todo o inverno, e os cardeais e chapins traziam seus filhotes no verão. Após alguns anos de pulverização com DDT, a cidade quase não tem mais pintarroxos e estorninhos; os chapins não têm vindo ao alimentador há dois anos e este ano os cardeais também sumiram; as ninhadas nas vizinhanças parecem se resumir a um par de pombas e talvez uma família de tordos. É difícil explicar às crianças que os pássaros foram mortos, quando elas aprenderam na escola que uma lei federal protege as aves de serem mortas ou capturadas. ‘Elas vão voltar algum dia?', perguntam elas, e eu não sei o que responder. Os olmos ainda estão morrendo, assim como os pássaros. Alguma coisa está sendo feita? É possível fazer alguma coisa? Será que eu posso ajudar?" A história está presente no livro de Rachel Carson, Primavera Silenciosa, publicado em 1962.

Praticamente unanimidade nas falas dos palestrantes, Rachel Carson mostrou em seu livro já na década de 60 os impactos causados pelo uso do veneno DDT e outras substâncias químicas. Cinco décadas depois, como lembraram os participantes do seminário, ainda vivemos esta realidade agravada ainda mais pela variedade de agrotóxicos e problemas como, por exemplo, a pulverização aérea.

Atualmente, as seis empresas Syngenta, Monsanto, Bayer, Basf, Dow e DuPont controlam mais da metade da produção de agrotóxicos no mundo, sendo que todas elas contam com um faturamento maior que o PIB de diversos países. Como consequência deste mercado, somente no Brasil, de acordo com dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foram registrados em 2011 mais de 8 mil casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil.

Na lista dos alimentos com nível do agrotóxico acima do tolerado estão por ordem de contaminação o pimentão (80%), uva (56,4%), pepino (54,8%), morango (50,8%), abacaxi (44,1%), couve (44,1%), mamão (38,8%), alface (38,4%), tomate (32,6%) e cenoura (24,8%). "No Rio de Janeiro, já foram encontrados ingredientes ativos na maçã que não são aprovados no Brasil", comentou Márcia Sarpa.

Cléber Folgado, da Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida, defendeu bandeiras que o conjunto da sociedade, e inclusive, a Fiocruz, precisam levantar com urgência e parecem ser consensuais entre os que estão preocupados com os riscos dos agrotóxicos. As ações são: o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países, o fortalecimento das instituições públicas, o fim da pulverização aérea e da isenção dos impostos para as empresas produtoras desses venenos. "Estas empresas que dominam o mercado estão isenta de impostos. Este tipo de política de incentivo não dá para continuar", ressaltou. A agroecologia camponesa também foi a uma das propostas apontadas por Cléber para o enfrentamento ao uso dos agrotóxicos. O vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel também concordou com os problemas causados pelo agronegócio - grande consumidor de agrotóxicos. "O agronegócio é um fracasso para a saúde pública", afirmou. "Precisamos defender a soberania alimentar. Não podemos em detrimento do lucro, não nos preocupar com a saúde da população", defendeu Cléber.
Leia mais em: http://www.contraosagrotoxicos.org/

Agronegócio, Agrotóxico e “agrocâncer” -
As consequências desse modelo, que se tornou hegemônico nos últimos dez anos, já apresentam resultados perversos para o meio ambiente, para a economia e para a saúde dos brasileiros

(Brasil de Fato, editorial da edição 482)

As três palavras acima não são mera propaganda. Nos últimos dez anos tomou conta da forma de produzir na agricultura brasileira, o chamado agronegócio. Ele é um modelo de produção de mercadorias agrícolas, subordinado agora aos interesses do capital financeiro e das grandes empresas transnacionais. Aliados aos fazendeiros brasileiros, que entram com a natureza.

Nesse modelo, o capital financeiro entra com o capital. Do valor bruto de produção agrícola ao redor de 160 bilhões de reais, os bancos entram com aproximadamente 110 bilhões todos os anos, financiando a compra dos insumos e cobrando os juros, sua parte na mais-valia agrícola. E as empresas transnacionais fornecem os insumos agrícolas, máquinas, fertilizantes químicos e, sobretudo, os venenos agrícolas. A produção agrícola depois se destina ao mercado mundial, as chamadas commodities agrícolas.

Esse modelo construiu então uma forma de produzir, uma matriz tecnológica que combina grande propriedade, que vai aumentando a escala de produção a cada ano, monocultivo, se especializando num só produto de exportação, mecanização intensiva, pouco emprego de mão-de-obra direta e uso intensivo de venenos agrícolas. As conseqüências desse modelo que se tornou hegemônico nos últimos dez anos, e que atua independente de tudo, já apresentam seus resultados perversos, para o meio ambiente, para a economia brasileira, para o rendimento econômico dos próprios fazendeiros e, sobretudo para a saúde dos brasileiros.

Em termos econômicos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab - 
http://www.conab.gov.br/), esse padrão de exploração econômica levou a uma matriz básica de custo de produção, em que os fazendeiros capitalistas brasileiros gastam em média, 24% com fertilizantes químicos, quase todos importados, 15% de todo capital investido em venenos, e mais 6% em sementes transgênicas. Pagam em média 2% de royalties para as empresas de sementes, totalizando 47% de todo seu custo. E gastam apenas 4% com mão-de-obra de trabalhadores rurais brasileiros e ficam, no final, com 13% de lucro. Ou seja, a conta é clara. Nossa agricultura está totalmente subordinada aos interesses do capital financeiro e estrangeiro e transfere a eles a maior parte do valor de produção.

Os resultados no meio ambiente são catastróficos. Hoje 80% de todas as terras cultivadas são utilizadas no monocultivo da soja/milho, cana de açúcar, algodão e na pecuária extensiva. Isso tem gerado um desequilíbrio da biodiversidade na natureza, que se agrava com aplicação dos venenos agrícolas, que matam tudo.

Com essa destruição da biodiversidade pelo monocultivo e pela aplicação dos venenos se gera um desequilíbrio também no regime das chuvas e nas condições climáticas de todo território brasileiro. Essa é a razão fundamental da ocorrência mais freqüente de secas mais duras e de enchentes mais torrenciais em todas as regiões do país.

Também se percebe as conseqüências na saúde humana e animal. O Brasil se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Consumimos sozinhos 20% de todos os venenos do mundo. As dez maiores empresas mundiais produtoras de venenos, que começaram na primeira e segunda guerra mundial produzindo bombas químicas, agora produzem venenos. São elas: Sygenta, Bayer, Basf, Dow, Monsanto, Dupont, Makhteshim (de Israel) Nufarm (Austrália) e Sumimoto e FMC (Japão). São todas empresas transnacionais que controlam os venenos no mundo e aqui no Brasil. Os fazendeiros gastaram 7,3 bilhões de dólares comprando venenos nessas empresas.

Os venenos, por serem de origem química, não se degradam na natureza. Eles matam os insetos, as bactérias no solo, afetam a fertilidade, contaminam as águas subterrâneas, contaminam as chuvas - muitos desses venenos secantes evaporam e ficam na atmosfera e depois retornam com as chuvas. E contaminam os alimentos que as pessoas consomem.

No organismo das pessoas estes venenos geram todo tipo de distúrbio, vão se acumulando, afetam órgãos específicos, até produzirem câncer com a destruição das células.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca)  (
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home)  tem denunciado e o Brasil de Fato repercutido que no país devem ocorrer ao redor de um milhão de novos casos de câncer por ano. A maior parte deles originários de alimentos com agrotóxicos. Destes, se diagnosticados com tempo, os médicos podem salvar 40%. Portanto, estamos diante da iminência de um verdadeiro genocídio provocado pelos agrotóxicos: o “agrocâncer”. Inclusive o câncer de mama, agora aparece entre mulheres de todas as idades e tem entre suas causas principais os agrotóxicos!

Isso e muito mais foi agora denunciado por um extenso e profundo relatório produzido pela Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco 
http://www.abrasco.org.br/ ). O documento alerta para os riscos e conseqüências que o uso generalizado de venenos agrícolas está provocando na saúde dos brasileiros. Leia o documento na íntegra:  http://www.abrasco.org.br/UserFiles/File/ABRASCODIVULGA/2012/DossieAGT.pdf 

O Brasil de Fato publica matérias sobre estas graves questões que a chamada grande imprensa, macomunada com os interesses do agronegócio e das empresas de venenos, silenciou.

Somamo-nos, assim, à Campanha Nacional Contra o uso de Agrotóxico e pela Vida que reúne mais de 50 entidades nacionais da sociedade brasileira, em sua missão permanente de conscientizar a população, os verdadeiros agricultores, as entidades e os parlamentares para que se ponha um fim ao uso de venenos em nosso país. E que, sobretudo, se penalize as empresas transnacionais fabricantes. Essas empresas deveriam, inclusive, serem obrigadas a pagar ao SUS o custo do tratamento do câncer e de outras enfermidades comprovadamente originarias do uso de venenos em nossa alimentação.



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